Tridente: A Arma dos Guardiões a Serviço da Luz

Tridente: A Arma dos Guardiões a Serviço da Luz

Ao contrário do que o senso comum pode sugerir, o tridente empunhado por Exus e Pombagiras na Umbanda não é um símbolo do mal, mas sim uma ferramenta sagrada a serviço da Luz e da Evolução. Sua simbologia é ancestral e transcende culturas. Na mitologia greco-romana, é a arma de Poseidon, o deus dos mares. No hinduísmo, deuses como Shiva portam o Trishula, um tridente com profundo significado espiritual. Assim como para esses deuses, para os Guardiões da Umbanda o tridente é uma arma imprescindível no combate às trevas e no domínio de espíritos necessitados de tratamento.

O tridente é, em essência, a representação da energia tripolar que Exu e Pombagira manipulam com maestria. Cada ponta tem uma função: a ponta positiva gera movimento, a negativa causa a inércia e a central traz o equilíbrio. Com essa ferramenta, eles podem vitalizar, desvitalizar ou neutralizar energias e os Sete Sentidos, sempre dentro da Lei Cármica.

Mas como essa energia atua em nosso progresso espiritual? O tridente funciona como um poderoso instrumento magístico para esgotar e refrear o Ego. Ele é usado para lapidar nossos defeitos pessoais e desenvolver os valores necessários à nossa evolução. Exus e Pombagiras são mestres em promover o "acorde" necessário, usando o tridente para equilibrar, mover ou paralisar o que for preciso em nossa jornada.

A sua simbologia se aprofunda ainda mais ao conectar-se aos quatro elementos primordiais. As suas três pontas voltadas para cima representam o Ar, a Água e o Fogo. A haste central, fincada no chão, é o elemento Terra. Essa combinação faz do tridente a ferramenta perfeita para a ação cobradora e definitiva, o famoso "chamar na chincha". Esta expressão, vinda da pesca, significa trazer algo ou alguém para uma resolução final, sem escapatória.

Portanto, o tridente de Exu e Pombagira é o símbolo do ser que busca se elevar das sombras para a Luz. É o instrumento que, nas mãos dos Guardiões, abre caminho para que "se faça a Luz", guiando todos, inclusive eles próprios, na busca incessante pela Evolução espiritual a serviço de Deus.