Ibeji e Erês: A Força Pura da Criança nas Religiões de Matriz Africana
Ibeji é o Orixá gêmeo que representa a pureza e a alegria da infância nas religiões de matriz africana. Sua energia se manifesta através dos Erês, entidades infantis que atuam como mensageiros no Candomblé e na Umbanda. Usando a simplicidade e a alegria, os Erês realizam poderosos trabalhos de cura, proteção e limpeza espiritual.
tufac
9/30/20252 min read


No panteão das religiões de matriz africana, Ibeji representa a energia pura, dupla e vibrante da infância. Mais do que um único Orixá, Ibeji é a manifestação de duas divindades gêmeas infantis, que simbolizam o princípio da dualidade, o nascimento de todas as coisas e a alegria genuína. No sincretismo religioso, são associados aos santos católicos São Cosme e São Damião.
Por serem crianças, os Ibejis estão ligados a tudo que se inicia e germina: a nascente de um rio, o brotar de uma planta, o nascimento dos seres humanos e o começo de todos os ciclos da vida. Chamado de Ibeji na nação Ketu ou Vunge nas nações Angola e Congo, este Orixá rege a inocência, a simplicidade e a felicidade, sendo o protetor natural de todos os bebês e crianças até a adolescência, independentemente do Orixá principal da pessoa.
A sua presença é fundamental em todos os rituais do Candomblé. Assim como Exú, que guarda as encruzilhadas dos caminhos, Ibeji precisa ser reverenciado para que sua energia infantil, com brincadeiras e travessuras, não disperse a concentração e a seriedade dos trabalhos espirituais.
Ibeji é a representação de tudo o que existe de bom, belo e puro. É a beleza no canto dos pássaros, o perfume das flores, o sorriso sincero de uma criança. Essa energia nos convida a resgatar as memórias felizes da nossa própria infância, reavivando a criança interior que todos possuímos.
A Manifestação de Ibeji: Quem São os Erês?
A energia de Ibeji se manifesta de forma mais próxima e direta aos seres humanos através dos Erês (termo que significa "brincar"), as amadas entidades infantis que atuam no Candomblé e na Umbanda. Embora compartilhem a pureza e a alegria, sua forma de atuação e origem são vistas de maneiras distintas em cada vertente.
No Candomblé: A Voz do Orixá No Candomblé, os Erês estão diretamente atrelados ao Orixá regente do médium. Eles são considerados a "Voz do Orixá", servindo como seus mensageiros diretos. Em muitas casas, um Orixá só se comunica verbalmente após um longo período de desenvolvimento do médium. Antes disso, quando o Orixá precisa transmitir uma mensagem importante, é o Erê quem a entrega. Seus nomes são recebidos após a iniciação e sempre refletem o Orixá ao qual estão ligados, como:
Escudeiro (Ogum)
Ventania (Iansã)
Rochinha (Xangô)
Estrelinha (Oxum)
Jiboinha (Oxumarê)
Sereia Encantada (Iemanjá)
Na Umbanda: Encantados da Alegria Na Umbanda, os Erês formam uma falange própria de espíritos encantados, que nunca estiveram encarnados na Terra. Eles descem nos terreiros para trazer sua energia de renovação e alegria. Por serem puros e não conhecerem as complexidades humanas, aprendem a atuar no mundo material junto com seus médiuns. Seus nomes são, geralmente, nomes comuns no diminutivo, que evocam carinho e proximidade, como Mariazinha, Joãozinho, Pedrinho e Aninha.
O Poder na Simplicidade
Apesar da aparência brincalhona, os Erês são trabalhadores poderosos da espiritualidade. Eles são considerados grandes magos do universo, cuja força reside na simplicidade. Não exigem oferendas luxuosas; sua maior satisfação é a alegria, o sorriso e a fé das pessoas ao seu redor.
Com sua energia leve e pura, os Erês realizam profundos trabalhos de cura, limpeza espiritual, abertura de caminhos (financeiros e amorosos) e, principalmente, de harmonização familiar e proteção às crianças. Eles nos lembram que a pureza de coração e a alegria de viver são as ferramentas mais poderosas para a transformação.
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