Filosofia de Umbanda

Na Umbanda não há espaço para vaidades ou ostentação. Essa religião valoriza a pureza de pensamentos e atitudes, sempre baseadas em humildade e simplicidade. Todas as pessoas são bem-vindas, independentemente de raça, religião ou condição financeira.

A Umbanda ensina seus seguidores a adotarem a Doutrina do Tríplice Caminho: mente sã, corpo são e atitudes corretas. Essa filosofia, inclusive, tem sido adotada por muitas outras religiões, até mesmo as mais conservadoras, porque reflete a forma como Cristo agiu durante sua passagem pela Terra.

Apesar de simples, a Umbanda é sincera e toca o coração das pessoas. Ela planta a semente da caridade e do amor ao próximo, através da atuação das entidades espirituais, que trabalham com dedicação e dão exemplos práticos de fraternidade.

O exemplo de Jesus e de outros seres iluminados é a base da filosofia umbandista. Jesus é considerado o guia maior da evolução da nossa morada planetária. A Umbanda também acredita na reencarnação como forma de purificação espiritual, onde quem deve paga e quem tem direito recebe. Os que sabem mais têm o dever de ensinar os que sabem menos. Isso representa a verdadeira justiça divina, aplicada de forma honesta e justa na vida das pessoas.

O respeito à natureza, como obra divina, é um princípio sagrado dentro da Umbanda. Todos têm oportunidade de colaborar e, dentro dessa visão, servir é sempre mais importante do que ser servido.

Na Umbanda, quanto mais alta a posição espiritual de alguém, maior é sua responsabilidade de ajudar o próximo. Todos sentem alegria em auxiliar, e quem já colheu seus frutos tem prazer em ensinar o outro a plantar.

Um aspecto importante é que a Umbanda respeita o nível de consciência de cada pessoa. Quem tem mais conhecimento recebe explicações mais detalhadas e técnicas. Já quem tem menos instrução é orientado com paciência, em uma linguagem clara e simples, para que todos compreendam a mensagem sem dificuldade.

A Umbanda tem como missão unir quatro pilares do saber: Religião, Ciência, Filosofia e Arte. Infelizmente, no mundo atual, essas áreas muitas vezes caminham separadas e em conflito. A Arte, com sua liberdade de expressão, critica a Religião pela fé cega. A Religião, por sua vez, critica a Ciência por não aceitar a espiritualidade. A Ciência questiona a Filosofia por ser teórica demais. E a Filosofia critica a Arte por focar apenas na estética.

Essas disputas acontecem há séculos. Mas se essas áreas trabalhassem juntas, como propõe a Umbanda, o mundo seria mais fraterno e solidário.

Imagine um médico que, ao tratar seus pacientes, utiliza a Ciência para curar, mas também usa os ensinamentos da Filosofia para entender as causas mais profundas da doença. Ele ainda incentiva o paciente a não desistir, com o apoio da fé e da espiritualidade. A Arte estaria presente em sua forma acolhedora e humana de agir, com alegria, harmonia e um sorriso no rosto. Nesse cenário, o médico se transforma em um verdadeiro exemplo de cura: um médico, sacerdote, mago e amigo ao mesmo tempo.

Se você observar bem, vai perceber que esse é o mesmo comportamento das entidades nos terreiros de Umbanda. Elas acolhem as pessoas com respeito e sabedoria, em qualquer situação e diante de qualquer problema.

A Umbanda, com sua simplicidade, mostra ser uma religião de origem ancestral, com uma cultura e ritualística únicas no mundo.

Isso sim é Umbanda.